Após apoio do REM MT, BEA reduz 52,8% de focos de incêndio em Mato Grosso
Criado em 2010, o Batalhão de Emergências Ambientais (BEA) atua no combate e prevenção aos incêndios florestais em Mato Grosso. Com apoio do Programa REM MT, os resultados de preservação ambiental foram ainda mais precisos: 52,8% dos focos de incêndio foram reduzidos em 2021, em comparação ao ano anterior.
Os dados são promissores, já que houve uma redução de 44,16% em relação à média da série histórica registrada nos últimos 24 anos. De acordo com a comandante do BEA, tenente coronel Jusciery Rodrigues, uma série de intervenções foram realizadas ao longo dos anos para combater de forma efetiva as queimadas no estado.
Tenente coronel Jusciery Rodrigues (Foto: Christiano Antonucci – Secom-MT)
O Pantanal mato-grossense sofreu em 2020 o pior ano de queimadas da história do bioma, segundo monitoramento feito pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que as queimadas na região do Pantanal brasileiro aumentaram 210% em 2020, quando comparado ao mesmo período do ano de 2019. Considerando o período de janeiro a setembro de 2019, foram registrados 4660 focos de incêndio, em 2020, foram registrados 14.489 focos.
Pantanal mato-grossense sofreu intensas queimadas em 2020 (Foto: Mayke Toscano/Secom-MT)
Para evitar que esse triste cenário se repita, o BEA intensificou os trabalhos de combate e prevenção nos anos seguintes.
“No ano de 2021, nós tivemos uma redução significativa dos focos de calor em relação ao ano de 2020, cerca de 40% no âmbito geral. Temos os melhores resultados no bioma Pantanal: ano passado foi reduzido cerca de 82% e esse ano houve redução significativa”, comenta Jusciery.
BIOMAS PRESERVADOS
O trabalho combativo também se estende aos outros biomas mato-grossenses, como o Cerrado e a Amazônia. No entanto, a comandante revela que a proteção da Amazônia ainda é o grande desafio.
“No ano de 2022 houve redução no bioma Pantanal de mais de 80% dos focos de calor. Já no bioma Amazônico, nós, infelizmente, ainda não conseguimos uma redução. Mas, o bioma Cerrado a gente teve um resultado bom, houve aumento só de 3,4% dos focos de calor”, relata.
Os dados também podem ter algumas alterações, já que também houve as chamadas queimas controladas, autorizadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema). Queima controlada é o uso do fogo de forma planejada com fins agrossilpastoris ou fitossanitários em propriedades rurais.
“Apesar do aumento de alguns focos de calor, nós fizemos várias ações, atendimentos a ocorrências que tiveram bastante resultados positivos, porque no ano passado, houve um aumento dos autos de queima controlada pela Sema e isso pode ter contribuído com o aumento dos focos de calor”, explica.
APOIO DO REM MT
A coordenadora do Subprograma Fortalecimento Institucional e Políticas Públicas Estruturantes do REM MT, Francieli Nascimento, explica como o Programa fortalece instituições como o BEA.
“O Programa REM MT atua com repasse de recursos financeiros, de forma complementar ao Estado, promovendo o fortalecimento das instituições públicas dedicadas à fiscalização de desmatamento e incêndios florestais. O BEA é o órgão responsável pelo combate aos incêndios florestais e pela responsabilização administrativa dos causadores do fogo”, pontua.
O repasse foi investido em tecnologia, capacitação e materiais no combate e fiscalização de incêndios florestais. Inclusive, Francieli comenta que uma escola foi reformada para ser utilizada como espaço do batalhão.
“O apoio do REM ao BEA se destaca na reforma do espaço físico do batalhão, onde o BEA transformou uma escola abandonada em uma unidade de excelência do Corpo de Bombeiros. O REM também apoia o BEA com repasses de equipamentos tecnológicos e materiais empregados no combate de incêndios florestais”, conta.
PREVENÇÃO, PREPARAÇÃO, RESPOSTA E RESPONSABILIZAÇÃO
Monitoramento de focos de calor em sala de situação (Foto: Reprodução)
PLANO OPERACIONAL
Segundo Jusciery, foi adotado um plano operacional para as temporadas de incêndios florestais. Nesse plano, estão escritas todas as ações que o batalhão faz para que sejam reduzidas as queimadas.
O plano conta com 4 fases distintas: prevenção, preparação, resposta e responsabilização.
“A prevenção é toda ação para prevenir as queimadas, a questão de palestras, conscientização. A preparação são os cursos e capacitações feitas com os nossos militares, com as comunidades tradicionais, com militares de outras forças como o exército, bem como aquisição de materiais e equipamentos, para que quando chegue a fase resposta, todo o corpo de bombeiros esteja preparado para os incêndios florestais”, detalha.
Em seguida, ocorre a fase de resposta, em que há o combate propriamente dito, utilizando os instrumentos de resposta. “Temos a fase de responsabilização, para retroalimentar o sistema, em que são feitas as fiscalizações em locais e propriedades onde é utilizado o fogo de forma irregular e também feito perícias de incêndio florestal”, exemplifica Jusciery.