Presidente da federação que reúne cooperativas de pequenos garimpeiros faz uma avaliação positiva de 2022

O ano de 2022 teve um saldo positivo para os pequenos mineradores de ouro. A avaliação é do presidente da Federação das Cooperativas de Mineração do Estado de Mato Grosso – Fecomin, Gilson Camboim, que representa mais de 10 mil garimpeiros em atividade no Mato Grosso.
Você não está lendo errado, a Fecomin representa garimpeiros e, apesar do estigma social com a nomenclatura, faz questão de mantê-la sob o argumento que o garimpo é legalizado desde seu reconhecimento na Constituição Federal de 1988, juntamente com a com a criação da Lei da PLG – Permissão de Lavra Garimpeira em 1989. A federação também se respalda no Estatuto do Garimpeiro, criado em 2008, para respaldar trabalhadores que possuem licença e obrigações legais. “Criminosos fazem extração ilegal, não garimpo”, alerta o presidente.
Mas, voltando a análise de 2022, a federação aponta como seu maior feito, em parceria com a Companhia Matogrossense de Mineração – Metamat, a realização 3ª edição do Seminário de Mineração do Norte de Mato Grosso, que reuniu pesquisadores, estudantes, autoridades públicas, empresas e especialistas para debater sobre o papel do norte de Mato Grosso na extração nacional e discutir pautas e propostas envolvendo todas as escalas de produção e os novos padrões de sustentabilidade voltados à essa atividade. “Esse evento abriu diversas portas, não só para os municípios da região norte, mas propiciou que Mato Grosso pudesse ser visto como um estado com enorme potencial mineral, tão relevante quanto o agro”, pontuou Gilson.
Outras atividades importantes foram desenvolvidas pela Fecomin em 2022, entre as quais, a busca por novas tecnologias que minimizem impacto ambiental, com visitas em diversas plantas espalhadas pelo Brasil.
E essa ‘corrida sustentável’ surtiu efeito. No final do ano passado a Cooperativa de Mineradores de Poconé – Cooper Poconé, federada a Fecomin, começou a usar um equipamento que elimina o uso do mercúrio na mineração de ouro através de lixiviação, um projeto pioneiro na mineração de pequena escala no Brasil.
“Existem diversas opções sendo estudas e testadas no intuito de eliminar o uso de mercúrio, desde processos mecânicos, químicos, biotecnológicos, com nano tecnologia, entre outros, tudo voltado para tornar a atividade o mais sustentável e eficiente possível”, relatou o presidente da Fecomin.
Em 2022 a federação foi parceira da Metamat em uma pesquisa que está realizou um levantamento histórico da atividade mineral no estado. O resultado deste trabalho está sendo transformado em um documentário e irá mapear as origens e a situação dos garimpos em Mato Grosso.Leia
Participações e visitas em eventos importantes como a Exposibran, maior feira da mineração do Brasil e no evento Mineração e Comunidades, realizado pela Brasil Mineral, ambas as ações ocorreram em Minas Gerais. Presença na Semana da Competitividade do Sistema OCB, realizada no Distrito Federal, além de inúmeras reuniões com entidades como Organização Cooperativas Brasileiras (OCB) e com instituições de crédito a exemplo do Sicredi e Sicoob para tratar de assuntos como linhas de crédito e educação financeira.
Como a atividade depende de licenciamento e influência política, a diretoria da Fecomin esteve no Ministério das Minas e Energias, além de promover rodadas de conversas com autoridades locais como deputados estaduais, membros da secretaria de Desenvolvimento Econômico e Associação mato-grossense dos Municípios (AMM).
“Iniciamos 2023 nos debruçando em dezenas de projetos que estão em andamento, incluindo parcerias que estão nascendo e nos possibilizando implantar ações que tragam bons resultados às nossas cooperativas”, vislumbrou o presidente da Fecomin.