Bolsa abre em queda e dólar em alta com bancos e preocupações com a economia
(FOLHAPRESS) – A Bolsa registra baixa e o dólar está em alta frente ao real no começo desta sexta-feira (13), com a divulgação de balanços de grandes bancos nos Estados Unidos e preocupações com o cenário econômico, após o pacote fiscal anunciado nesta quinta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Às 11h23, o Ibovespa tinha queda de 1,05% a 11.671 pontos. O dólar comercial à vista subia 0,19% a R$ 5,109, depois de fechar abaixo de R$ 5,10 nesta quinta-feira.
Os juros começam o dia mais próximos da estabilidade. Os contratos com vencimento em 2024 sobem de 13,45% no fechamento desta quinta para 13,47% às 11h10. Para 2025, passa de 12,40% para 12,45%. Nos contratos de 2027, de 12,11% para 12,20%.
Os bancos, que têm peso importante no Ibovespa, refletem a divulgação de balanços nos Estados Unidos referentes ao quarto trimestre de 2022. JP Morgan, Bank of America e Wells Fargo anunciaram seus números, que dão sinais de uma desaceleração na economia americana.
As ações preferenciais do Itaú Unibanco recuavam 1,50% às 11h25. As preferenciais e ordinárias do Bradesco recuavam 1,52% e 1,07%, respectivamente. As ordinárias do Banco do Brasil tinham queda 0,56%.
Outro ponto de atenção do mercado está na economia, depois do pacote fiscal apresentado nesta quinta pelo ministro Haddad.
Para a Guide Investimentos, o pacote não trouxe grandes surpresas, e as medidas estão longe de serem suficientes para garantir a saúde fiscal do país no longo prazo.
O Itaú Unibanco revisou algumas de suas projeções para a economia brasileira nesta sexta. O banco espera que o PIB de 2022 aponte crescimento de 2,8%, ante previsão anterior de 3%. Para 2023, o crescimento esperado é de 0,9%.
A inflação deve se manter, em 2023, no mesmo patamar do ano passado, fechando em 5,8%, segundo o Itaú. A previsão para déficit primário melhorou de 1,9% do PIB para 1,6%, bem acima da meta estipulada pelo Ministério da Fazenda, entre 0,5% 1,0% do PIB.
Na quinta-feira (12), o dólar teve um dia de forte queda frente ao real. A moeda americana fechou em baixa de 1,58%, cotada a R$ 5,0990 na venda.
O câmbio foi influenciado por dados do governo dos Estados Unidos mostraram que a inflação no país está perdendo fôlego, com o índice de preços ao consumidor marcando uma alta de 6,5% até dezembro, o menor patamar em quase um ano.
Houve desvalorização generalizada do dólar frente a outras divisas nesta quinta, sendo a brasileira a ocupar as primeiras posições entre aquelas que atraíram mais investidores.
O índice parâmetro da Bolsa de Valores, o Ibovespa, fechou a sessão em queda de 0,59%, aos 111.850 pontos.
As ações ordinárias da Americanas despencaram quase 80% após a divulgação de um escândalo contábil da empresa, uma das principais do segmento varejista listadas na Bolsa de Valores brasileira. Uma descoberta preliminar de cerca de R$ 20 bilhões em “inconsistências” no balanço da companhia levou às renúncias do presidente e do diretor financeiro.
As negociações dos papéis da Americanas na Bolsa de Valores ficaram suspensas durante boa parte do dia, e foram retomadas à tarde, com algumas interrupções pontuais. Essa suspensão, chamada de leilão, é um mecanismo de proteção, acionado quando há oscilações fora do comum.
O papel terminou em queda de 77%, valendo R$ 2,72. Na véspera, fechou cotado a R$ 12. É o maior tombo diário já sofrido entre as ações que atualmente fazem fazem parte do Ibovespa, segundo dados da plataforma de investidores TradeMap, levantados a partir de 2008. Empresas que não fazem parte da composição atual do indicador de referência da Bolsa já tiveram quedas maiores.
A gigante no varejo nacional perdeu em um dia cerca de R$ 8,4 bilhões em valor de mercado, também segundo o TradeMap. É uma quantia equivalente a mais do que o dobro do valor da sua concorrente, a Via Varejo, dona da Casas Bahia, que vale R$ 3,9 bilhões.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) abriu três processos administrativos para investigar o caso.
A crise envolvendo a Americanas teve início da véspera, após o fechamento do mercado, com o comunicado de que Sergio Rial deixava o comando da empresa dez dias após assumir o cargo. Rial, que ficou seis anos à frente do Santander, substituiu Miguel Gutierrez, presidente da Americanas por cerca de duas décadas. O diretor financeiro Andre Covre também deixou a função na qual havia acabado de ingressar.
Em 22 de agosto de 2022, no primeiro dia de negociações após o anúncio Rial como presidente da Americana, a ação ordinária da companhia valia R$ 15,96.
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