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Dia do Amigo: o ‘cara mais divertido da turma’ ganha homenagem póstuma

Dia do Amigo: o ‘cara mais divertido da turma’ ganha homenagem póstuma
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No Dia do Amigo, comemorado nesta quarta, 20, não esqueça daquela pessoa que faz – ou fez – parte da sua vida. Em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, um grupo de jovens comemora a data com uma homenagem ao “cara mais divertido da turma”.

Alegre e sempre com um sorriso no rosto, o Junior Fernandes, de 31 anos, sempre foi conhecido como a pessoa que nunca deixava os amigos tristes. E para honrar o amigão, a turma fez um lindo mural “colorido como ele”,

Infelizmente, o auxiliar de carga e descarga, conhecido como ‘Ginga’, foi uma das 676 mil vítimas da Covid-19, em Campo Grande. Mas como continua vivo no coração de todos que tiveram o prazer de viver com ele, o grupo de amigos próximos decidiu eternizar o Ginga em um momento cheio de alegria e emoção.

“A homenagem surgiu a partir de uma necessidade de traduzir toda a importância que o Ginga tinha. Seu carisma, sua alegria, sua forma de ver e viver o mundo fazia bem pra gente”, contou Douglas Deusdete, de 35 anos, um dos amigos da turma.

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Companheiro fiel

Douglas é professor e conheceu o Ginga quando ele tinha 11 anos. Os dois moravam no mesmo bairro, sendo que Douglas estudou com o irmão de Junior.

A relação baseada em soltar pipa, jogar bola no campo de terra da região, como lembra o professor, ficou mais forte com o tempo.

Quando completaram 18 anos, os dois foram para o quartel e a turma ganhou mais um membro, o Paulo ‘Gazela’. Os três sempre davam um jeito de fazerem algo juntos.

“A aproximação maior veio depois dos 18 anos quando servimos o quartel. Minha tia alugava quartos e lá morava nosso amigo cujo apelido é Paulo Gazela”, lembra Douglas.

O Junior tinha um talento de imitar as pessoas e o Paulo também, então era diversão o tempo todo quando ele estava”, recorda.

Muito animado, o Junior também era a alma de qualquer encontro.

“Todo final de semana nos reuníamos. Eu, Deniel, Aguinaldo, Karina, Danilo, Max e Reginaldo. A casa do casal Ronaldo e Danielly se tornou nosso QG e a festa só era animada se o Ginga estivesse. Ele tinha um brilho para nos fazer rir, adorava uma boa mentira que ninguém acreditava e ainda ficava bravo se discordasse”, lembra.

Pandemia fortaleceu a amizade

Mesmo na pandemia, quando as pessoas estiveram mais isoladas, o Junior sempre dava um jeito de se fazer presente na vida dos amigos.

“Apesar da pandemia, sempre que possível íamos a casa dele dar um oi, tomar uma cerveja e bater um papo. Em agosto de 2020, reuni cinco amigos e fomos dar um abraço nele em seu aniversário. Tudo na surpresa, ele ficou feliz, renderam boas histórias”, lembra.

Douglas contou que esse, inclusive, foi o último aniversário que eles festejaram juntos. Logo depois, o Ginga adoeceu.

Segundo Douglas, a mãe e o irmão do Ginga morreram pelo mesmo motivo. “Eram dias difíceis que teríamos que enfrentar sem nosso querido Ginga. A covid o levou junto com seu irmão e sua mãe. Uma família cuja casa também era nosso lar”, lamenta.

O professor tinha Ginga como o eixo principal que unia a todos. Ele lamenta a falta que Junior faz em cada reunião da turma, mas se sente feliz por ter conhecido alguém tão bom.

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Homenagem

No mês de junho, os amigos decidiram que queriam homenagear Ginga de alguma forma. Foi quando eles tiveram a ideia do mural e começaram a se organizar para fazer o desenho e a pintura.

“Busquei usar a arte, a criatividade que tanto curtíamos para fazer algo que fosse alegre e que lembrasse ele na sua melhor característica”, frisa.

Para Douglas, é difícil dizer a importância que Junior ocupava na vida de todos. Hoje, a turma mantém a relação de amizade, porém a saudade e a ausência de Ginga são constantes.

O professor resume quem era o amigo. “Sabe aquela figura no meio de qualquer grupo de amigo que é especial, porque simplesmente ela é assim? Esse era o Ginga”, pontua.

Amigos que compartilhavam gostos em comum, Douglas comenta que só o Ginga entendia certas coisas.

“Por mais que havíamos saído dos 30 nós adorávamos viver um mundo paralelo. Falávamos de coisas que só nós gostávamos. Eram assuntos que só tinha sentido se fosse com ele, pois ao trocar ideias nós nos desconectávamos do mundo”, diz.

Agora, a arte será eterna, assim como as lembranças do amigo. “Eternamente lembrarei dele. Quando a memória falhar, a arte eternizada no nosso espaço de confraternização se encarregará de me lembrar de uma das pessoas mais incríveis que conheci”, conclui.

É isso gente! Não importa se não esteja mais neste plano. Amigo é para sempre!

Na parede da casa de um amigo, o rapaz virou arte colorida. - Foto: Arquivo pessoal

Na parede da casa de um amigo, o rapaz virou arte colorida. – Foto: Arquivo pessoal

Ginga (à esquerda) ao lado de Douglas Deusdete. - Foto: Arquivo pessoal

Ginga (à esquerda) ao lado de Douglas Deusdete. – Foto: Arquivo pessoal

Nas reuniões, Ginga é quem garantia a diversão do grupo. - Foto: Arquivo pessoal

Nas reuniões, Ginga é quem garantia a diversão do grupo. – Foto: Arquivo pessoal

Com informações de Campo Grande News

Só Notícia Boa
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