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Unemat é pioneira na oferta de curso superior específico para indígenas na America Latina

Unemat é pioneira na oferta de curso superior específico para indígenas na America Latina
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Unemat é pioneira na oferta de curso superior específico para indígenas na America Latina

Universidade desenvolve graduação diferenciada, valorizando a história, a cultura e os diferentes saberes no processo de aprendizagem


DANIELLE TAVARES

| Assessoria-Unemat

– Foto por: Assessoria Unemat

A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) é pioneira na oferta de graduação específica para povos indígenas na América Latina e serviu de referência a diversas iniciativas similares de valorização e respeito à diversidade étnica e cultural. Desde 2001, a Universidade desenvolve cursos para a formação de professores indígenas que valorizam a história, a cultura e os diferentes saberes no processo de aprendizagem.

Atualmente, 5% das vagas da Unemat são reservadas para alunos indígenas. Além disso, a Instituição oferece, por meio da Faculdade Indígena Intercultural, os cursos de Pedagogia Intercultural Indígena e de Licenciatura Indígena Intercultural para formação de professores indígenas, com três habilitações: Línguas, Artes e Literatura; Ciências Matemáticas e da Natureza; e Ciências Sociais. Também são ofertados a Especialização em Educação Escolar Indígena e o Mestrado Profissional do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Contexto Intercultural Indígena (PPGecii).

Dentre as 48 etnias indígenas existentes em Mato Grosso, 45 já foram atendidas pela Unemat. Mais de 450 estudantes já concluíram a graduação, 140 obtiveram titulação de especialista e diversos professores conquistaram o título de mestre e doutor. 

Para o reitor Rodrigo Zanin, a Unemat sempre foi protagonista e inovadora, e na Educação Indígena não poderia ser diferente. “Nós inovamos para atender a sociedade de Mato Grosso, e não tem sociedade de Mato Grosso sem compreender e respeitar seus povos originários. Assim, a Unemat cria há 20 anos o primeiro curso de Educação Escolar para atender os Indígenas e, de forma análoga, também conquistou junto a Capes autorização para ofertar o primeiro Mestrado do país para os povos indígenas. Parabenizamos os Povos Indígenas e procuramos fazer a diferença. Unemat, uma história composta por muitas outras”.

CURSOS ESPECÍFICOS E DIFERENCIADOS

A instituição tem experiência com a formação de professores indígenas e prima pela oferta de cursos com articulação entre movimento indígena, discussões de território dos povos indígenas, valorização da identidade e da cultura e, acima de tudo, tem promovido diálogos interculturais entre diferentes conhecimentos, saberes e valores dos povos originários do Brasil. Assim, mostra-se comprometida com a formação dos professores indígenas. 

“Temos, há 20 anos, uma relação bonita e histórica com os povos originários, pois ao mesmo tempo que oferecemos formação superior, eles nos ensinam que temos muito mais deles na nossa história, cotidianamente. E é nesta relação que aprendemos que muito mais que comemorar o Dia do Índio, celebramos com eles a relação maternal na constituição do nosso país, do nosso estado e da nossa Unemat”, afirmou a vice-reitora Nilce Maria da Silva.    

Os cursos indígenas, com estrutura diferenciada, são divididos em etapa de estudos presenciais e etapas intermediárias. As aulas presenciais são realizadas no câmpus da Unemat em Barra do Bugres, durante o período de férias escolares dos professores indígenas. Já nos períodos intermediários, os acadêmicos desenvolvem etapas nas escolas localizadas nas próprias aldeias, com a supervisão de profissionais da Unemat.

“A etapa intermediária é um espaço onde acontece uma produção consciente de diálogos, de uma interculturalidade que não se insere apenas na perspectiva oficial, mas, principalmente, como um fenômeno que produz interconexões entre os saberes ancestrais, nas formas de viver e do bem viver nas comunidades indígenas. Ela é assumida dentro da compreensão e da ação decolonial, das construções políticas e críticas que oferecem em vivência pedagógica a possibilidade de construir, de fazer, de aprender e de se relacionar de maneira diferente”, explicou a diretora da Faculdade Indígena Intercultural, Mônica Cidele da Cruz.

Para ela, “esse jeito de fazer a etapa intermediária é uma ação que não se descola do fenômeno da interculturalidade, porque já se dá pelo encontro, pela escuta, pela forma do desenvolvimento pedagógico da temática e pelas trocas implícitas e explícitas de diferentes Pedagogias Indígenas”, afirmou Mônica.

HISTÓRIA

Visando a qualificação dos professores que atuam nas escolas em aldeias indígenas, a instituição passou a ofertar o curso de Licenciatura Específica para Formação de Professores Indígenas, com três habilitações: Línguas, Artes e Literatura; Ciências Matemáticas e da Natureza e Ciências Sociais.

Para a primeira turma (2001-2006), foram ofertadas 180 vagas para Mato Grosso e 20 vagas para demais Estados do Brasil; destas, formaram-se 186 alunos. Em 2005, teve início a segunda turma (2005-2009), com 100 vagas oferecidas somente para indígenas de Mato Grosso. Para a terceira turma (2008-2012), foram ofertadas 50 vagas e, para a quarta turma (2012-2015), mais 50 vagas.

No ano de 2012-2016, além dos cursos de Licenciaturas Intercultural (2011-2016), a Unemat passou a ofertar também o curso de Licenciatura em Pedagogia Intercultural, para o qual abriu 50 vagas, todas ocupadas por professores de aldeias indígenas, pertencentes a 32 povos do Estado de Mato Grosso. A finalidade do curso é a formação de docentes para atuar na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, Médio e na Gestão da Educação Escolar Indígena.

A partir do segundo semestre de 2015, a Universidade do Estado de Mato Grosso passou a atender 120 acadêmicos, sendo 60 do curso de Licenciatura em Pedagogia Intercultural e 60 das Licenciaturas Intercultural.

PÓS-GRADUAÇÃO

Além dos cursos de graduação, ofertados no período compreendido entre 2001 a 2015, foram desenvolvidas três especializações em Educação Escolar Indígena, com a participação de professores indígenas graduados de diferentes instituições que atuam em questões indígenas. Em 2015 aprovou o primeiro Mestrado profissional específico para professores indígenas, em Ensino em contexto Indígena Intercultural. “Com isso, almejamos concretizar mais um passo no sentido de proporcionar o que é de direito aos povos indígenas, ou seja, a formação continuada de qualidade, específica e diferenciada”, frisou a diretora da Faindi, Mônica Cidele da Cruz.

PARCERIA

Os cursos contam com parceira da Secretaria de Estado de Estado de Educação (Seduc-MT) e apoio do Plano Nacional de Professores (Parfor) do Governo Federal.

 

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