SUV popular: tendência pode mudar destino de hatches no Brasil?
Não existe mais dúvidas de que SUVs e crossovers dominarão o mundo automotivo quase que completamente nos próximos anos, sendo hoje protagonistas do mercado mundial, tendo apenas o Japão como grande exceção à regra.
De qualquer forma, esses dois segmentos tomaram novas dimensões em estilos de carroceria e na eletrificação, fazendo até com que algumas marcas, novas ou antigas, se movam na direção da inglesa Land Rover, a mais famosa com um portfólio único entre os utilitários esportivos.
Mas, adaptando-se à realidade de alguns mercados, SUVs e crossovers se inseriram bem nas regras indianas, limitando seu tamanho a 3,999 m de comprimento e com proposta similar ao dos hatches de igual porte.
Adotando motores 1.0, algo bem peculiar do mercado brasileiro, os modelos daquele país duelam com os hatches e hoje são destaque por lá. Contudo, essa onda pode chegar ao Brasil, começando pelo porte pequeno.
É verdade que o Brasil já teve dois “indianos” disfarçados, sejam um com estepe na traseira e outro com carroceria de minivan. Mas, EcoSport e WR-V parecem coisas do passado diante dos agora mundiais Kia Sonet e Hyundai Venue.
Essa “carreira das Índias” não termina aí, pois a aliança franco-nipônica Renault-Nissan emplacou Kiger e Magnite, respectivamente. Até a Toyota entrou na dança, porém, não na Índia, mas no próprio Japão, com Raize e seu irmão Daihatsu Rocky.
Se eles não vão para a Índia, irão para o Sudeste Asiático, já influenciado pela tendência indiana. Mas, como isso se aplica ao Brasil? Aqui, a coisa ainda não começou, mas pode tomar uma dimensão mais radical que no país asiático.
Com oferta reduzida de hatches de entrada, ainda mais depois da saída de alguns players conhecidos, como Ka, Etios, C3 e up!, por exemplo, o mercado nacional vê os preços subirem e os SUVs compactos, preferência popular, indo embora…
Ainda que muitos procurem HB20, Onix, Argo e Mobi, boa parte do mercado quer algo que se pareça com um SUV. É uma tendência que disparou no país após 2015 com HR-V e outros. Sem muita opção, hoje o cliente ou paga o preço, ou desiste e vai de hatch.
“SUV popular”
Se pensarmos nesse termo, ele até poderia se aplicar ao finado EcoSport em algum momento de sua trajetória ou ao Duster, quando surgiu. Mas aqui ele seria mais apropriado para um produto com motor 1.0 aspirado ou equivalente.
Nessa proposta, que é realidade na Índia, o custo é menor que o do motor maior (lá limitado em imposto pelo tamanho) ou mais potente, usando geralmente turbo com injeção direta.
Na realidade do mercado nacional, é difícil dizer com certeza se de fato a conta fechará para uma proposta assim, que tenha preço competitivo e, de preferência, que consiga atender o público PCD.
Motores o setor tem, mas o balanço final somente os fabricantes sabem, sendo uma conta guardada a sete chaves. Algumas propostas que estão chegando, poderiam iniciar esse movimento, talvez de forma sutil.
Fiat 363 e Citroën C3 Sporty serão os dois primeiros SUVs de porte semelhante ao dos indianos, mas no primeiro caso, a faixa de atuação será mais livre, visto que a marca não tem outro acima dele.
Para quem vende muito hatch, aplicar o Firefly 1.0 aspirado ou equivalente, não parece tão interessante, mas na marca francesa, ter o 1.2 Puretech numa proposta competitiva, não seria nada estranho.
Isso sem contar que o quarteto citado anteriormente é cogitado para o Brasil, Magnite é tido como certo e o Kiger irá depender deste último para vir ou não.
O Sonet oficialmente não virá, mas não vamos botar a mão no fogo. No caso do Venue, já tem até unidade rodando por aqui… A verdade é que existe potencial, tanto que a VW tem o projeto A00 (igualmente com pé na Índia) para tomar lugar do Gol.
Se o campeão de vendas 27 vezes se render a um carro que use o 1.0 MPI em sua proposta de acesso e seja tido com “SUV”, não duvide dos demais. Aí, fica a pergunta: eles mudarão o destino dos hatches no Brasil?
Provavelmente sim e para pior, direcionando-os potencialmente para nicho de mercado. Diante de dois produtos de preços semelhantes, muitos não pensarão duas vezes e vão “subir de nível”… E você, compraria as versões 1.0 Flex de Sonet, Venue, Magnite, Kiger, C3 Sporty e 363, por exemplo?
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