Ex-acampada do MST denuncia ameaças e perseguição e deputado pede providências
Depois do depoimento de Vanuza Souza, ex-acampada do MST no sul da Bahia, que participou da CPI do MST na Câmara Federal nessa terça-feira (8), o deputado federal Coronel Assis (União-MT) defende que o MST seja responsabilizado pelos crimes de privação de liberdade, ameaça e coação eleitoral.
Segundo denunciou Vanuza, as lideranças do MST obrigam os acampados a votarem no PT. “Eu só queria o direito de dizer que não aceito a decisão do MST. Eu nunca tive a oportunidade de votar fora do PT, porque lá no acampamento ou você vota ou perde a terra”.
Vanuza também desafiou o movimento. “Quero que a direção do MST chegue aqui e diga que eu não existo”. Ela afirmou que já sofreu maus tratos contra e os seus filhos, inclusive uma filha de quatro anos que teria desenvolvido problemas psicológicos em razão da violência.
Em vídeo que viralizou nas redes sociais, a ex-acampada afirmou que o movimento engana as pessoas. “Nós éramos enganados. Não sabia quem eram realmente eles. Quando tomamos conhecimento não tínhamos o direito de ir e voltar, quase fui morta, ameaçada de morte. Eu sou brasileira, e vou lutar pelo direito de terra igual esses bandidos lutam”, afirmou.
Vanuza foi expulsa do acampamento depois de dizer que não queria mais participar das atividades de invasões promovidas pelo MST. Ela ficou por 14 anos no MST.
Para o deputado federal Coronel Assis, a denúncia de Vanuza é muito grave e precisa de providências. “Essa é a verdade nua e crua, a verdadeira história mostrada na CPI do MST. Vanuza denunciou ter sofrido uma série de violências, tendo sido vítima de crimes como privação de liberdade, ameaça e coação eleitoral. Os responsáveis por isso precisam ser investigados, denunciados e devidamente punidos. As investigações da CPI precisam definitivamente por fim a essa prática no Brasil”, defende o parlamentar.
De acordo com Coronel Assis, a CPI do MST tem o dever de pôr fim a uma série de crimes que acontecem dentro do movimento. “Não é admissível que milhares de pessoas como Vanuza fiquem reféns de um movimento que se diz social, mas que comete crimes, invadem terras produtivas, mantém as pessoas reféns de ideologias comunistas”.